A IGREJA É ABSOLUTAMENTE SANTA: CONTRA AQUELES QUE REPETEM BOBAGENS SEM SABER O QUE ESTÃO DIZENDO


SOMOS FILHOS DA IGREJA, E NÃO A IGREJA.
ASSIM, COMO OS FILHOS NÃO SÃO A SUA MÃE.
NÃO SE PODE CONFUNDIR A PESSOA DA IGREJA COM O SEU PESSOAL.


"A Igreja não existe sem pecadores, mas ela mesma é sem pecado" (Charles Journet, L´EgIise du Verbe incarné, II, Paris 1954, p. 904).

A Igreja é toda santa (Ef 5, 27). "A esposa de Cristo não pode ser adulterada, ela é incorrupta e pura, não conhece mais que uma só casa, guarda com casto pudor a santidade do único tálamo." (S. Cipriano, Sobre a Unidade da Igreja, cap. 4).

“Nos últimos decênios tem sido transposto para a Igreja o título de “simultaneamente santa e pecadora”. Chega mesmo a designá–la como “a casta meretriz”. O sentido autêntico desta designação iremos expor ao final do texto.

Nos que concerne à Igreja, é necessário distinguir entre a pessoa e o pessoal da Igreja. Pessoa da Igreja é o elemento estável e santo que ela contém como Esposa de Cristo “sem mancha nem ruga” (Ef 5, 25 – 27). Como Corpo de Cristo, vivificado pela indefectível presença de Cristo, a Igreja conserva uma santidade imperecível de Cristo. Ela é a mãe de filhos, que são o seu pessoal. Estes são pecadores, de modo que introduzem o pecado na Igreja, que os carrega procurando dar–lhes o remédio necessário. Observe–se bem que o Papa João Paulo II, ao pedir perdão, nunca o pediu para a Igreja, mas sempre para os filhos ou o pessoal da Igreja.

A expressão “casta meretriz” é imprópria, porque consta de um substantivo sinistro e de um adjetivo alvissareiro; a Igreja seria substancialmente pecadora e acidentalmente ou ocasionalmente santa-o que é falso, ela é substantivamente santa e acidentalmente portadora do pecado de seus filhos.

Jacques Maritain, como já dissemos, distingue na Igreja a pessoa e o pessoal. A pessoa é o sujeito-Igreja unida a Cristo como Corpo Místico ou Esposa indefectível; o pessoal são os membros da Igreja, sujeitos à fragilidade humana.

O pensamento é assim desenvolvido, com outras palavras, por Maritain:


"Os católicos não são o Catolicismo. As faltas, as lerdezas. as carências e as sonolências do católico não comprometem o Catolicismo... A melhor apologética não consiste em justificar os católicos quando erram, mas, ao contrário, em caracterizar esses erros e dizer que não afetam a substância do Catolicismo e só contribuem para melhor trazer à tona a força de uma religião sempre viva apesar deles... Não nos considereis a nós, pecadores. Vede, antes, como a Igreja sana as nossas chagas e nos leva trôpegos para a vida eterna... A grande glória da Igreja é ser Santa com membros pecadores?" (Religton et Culture. Paris 1930, p. 60 ou Jacques Maritain, A Igreja de Cristo. A Pessoa da Igreja e seu Pessoal. Ed. Agir. Rio de Janeiro, 1972.).

Santa Catarina de Sena também o diz: “Por causa dos maus pastores, maus são os súditos. Minha Igreja está repleta de espinheiros, que são vícios. Em si mesma ela não é pecadora, já que a força dos sacramentos não é lesada." (Santa Catarina de Sena, O Diálogo, ed. Paulus, p.257)

O SENTIDO AUTÊNTICO DO TERMO CASTA MERETRIX
USADO POR SANTO AMBRÓSIO
(texto disponível acima)

O Cardeal Biffi, num retiro que pregou ao Santo Padre, afirmou que "a Igreja é imaculada formada por maculados". A expressão "Imaculata ex maculatis" está, com efeito, em uma passagem do Comentário de Santo Ambrósio ao Evangelho de Lucas. A expressão significa que a "Igreja é santa, sem mancha, mesmo sendo formada por homens todos eles manchados pelo pecado".

À questão da santidade da Igreja, o Cardeal Biffi dedicou um luminoso livreto com o título "Casta Meretrix: tratado sobre a eclesiologia de Santo Ambrósio", editado em 1996.

Aplicada à Igreja, a expressão "casta meretrix", casta meretriz, tornou-se um lugar comum do catolicismo progressista. É sistematicamente citada – atribuindo-se-la aos Padres da Igreja no seu conjunto – para sustentar a tese que a Igreja é santa "mas também pecadora".

O Cardeal Biffi desmancha esta tese, primeiramente mostrando que a expressão ocorre somente uma vez e em um só Padre da Igreja, que é exatamente Santo Ambrósio.

Mas, sobretudo, mostra que o sentido com o qual Santo Ambrósio usa a expressão é o oposto daquilo que pensam os seus desenvoltos repetidores. O adjetivo "casta" significa "a adesão da Igreja sem titubeios e sem incoerências a Cristo seu esposo", enquanto o substantivo "meretriz" significa "a vontade da Igreja de dar-se a todos para levar a todos a salvação".

Santo Ambrósio escreve, com efeito – tomando como figura tipológica a prostituta Raab que em Jericó ajudou aos israelitas –, que a Igreja é "meretriz casta, porque muitos amantes a freqüentam pelos atrativos do amor, mas sem a contaminarem de culpa" (Comentário a Lucas, III,23).


É errado, portanto, afirmar sem mais que a Igreja é santa e pecadora. Isso não passaria de uma transposição para a eclesiologia do erro de Lutero, segundo o qual o justificado é, ao mesmo tempo, santo e pecador... A Igreja é somente santa, indefectivelmente santa, pois que transfigurada e sustentada pela santidade de Cristo, como Templo do Santo Espírito. No entanto, é formada por pecadores. Então, somente é admissível afirmar que ela é santa e pecadora neste sentido bem preciso: santa formada por pecadores.

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